21 agosto, 2013

Grutera

Depois de uma longa viagem por um calor infernal até ao interior de Portugal, quando Guilherme chegou tinha um ar cansado. Do lado de fora, nós transpirávamos a potes. Estavam 40ºC. Nestas circunstâncias fica difícil descrever o bem que soube entrar na Igreja da Misericórdia e no seu Tesouro. A amabilidade de todos, a oferta do copo de água, o ar fresco, soube tudo tão, tão bem.
Guilherme, ou Grutera, como chama ao seu projecto, trocou de roupa para algo mais formal e subiu as escadas, atravessámos pelas obras de arte para ir de encontro da balaustrada da igreja. Aquele espaço com vista privilegiada para o púlpito faz agora parte do percurso do Museu e mesmo ao centro está um enorme sino que costumava tocar na torre. Agora é uma das peças em exibição e o som que faz, sempre que alguém passa, é apenas uma gravação electrónica. Foi desligada para o propósito das gravações, claro está. As luzes, essas, todas foram acesas.
Grutera é um rapaz de poucas palavras, facto sublinhado por estarmos num espaço de culto, onde o silêncio é ouro. Felizmente, a sua guitarra não se intimidou e assim que as cordas se afinaram a canção foi emotiva. O guitarrista levou-nos primeiro por uma canção do seu trabalho ainda por publicar "Não quis desconhecer-te", e a breve viagem terminou com "Capicua Moral". Para descobrir mais sobre o trabalho de Grutera, uma visita à sua página oficial é sempre recomendada.