A história de Flume e de Capitão Capitão fundem-se um pouco no que toca à sua participação no Musiquim, não tivessem eles vindo no mesmo carro até Viseu. Ainda assim, os próximos parágrafos fazem-se como espécie de exercício criativo, dando enfoque sobre o lado da história que para aqui cabe.
Era final de tarde e só ali o dia se revelava solarengo, verdade é que na noite anterior a chuva caiu a potes e até à hora de almoço ninguém conseguiria adivinhar que tempo faria de tarde, se sol se chuva? E com a indecisão ficou por escolher um sítio para tocar.
Ainda que não parecesse cansada da viagem, Joana chegou a Viseu de Lisboa com uma gripe por curar. Os analgésicos deviam estar a fazer bem o seu trabalho, que por parte da cantautora houve apenas sorrisos e boa disposição. A indefinição do caminho não a pareceu preocupar, então divagámos para longe da Feira de S. Mateus (onde tocaria essa noite). Percorremos a Cava de Viriato, vimos uma cegonha gigante de papel junto ao rio Pavia, não interessou. Com a distância a crescer o som das festividades diminuía. Fomos rio acima, já os pássaros se faziam ouvir e a feira era apenas um burburinho de fundo. Foi aí que os Capitão Capitão encontraram o seu lugar de eleição, tocaram e Joana juntou-se-lhes num dueto.
Continuava a faltar a melodia de Flume, o projecto da cantautora tem o mesmo nome de um dos temas de Bon Iver, mas a sua origem surge de "flumen", palavra portuguesa querida de Camões e que significa "rio".
De novo próximos da Cava de Viriato, maior monumento da Península Ibérica, a Joana acedeu, com particular entusiasmo, subir a uma árvore para cantar "A Catraia", do seu primeiro EP e ainda "Irracionais". Foi naquela oliveira, com vista privilegiada sobre a cidade que se fez ouvir a sua voz. O resto da história conta-se por vídeo.
Mais sobre Flume no seu bandcamp, ou para quem quiser ver um pouco desse dia na Feira de S. Mateus existe um vídeo.
Obrigado à Feira de S. Mateus e à Fnac Viseu a sua ajuda para a realização deste vídeo.