26 novembro, 2013

Samuel Úria

Em Maio, Samuel Úria regressava a Viseu para dar um pequeno concerto. O cantautor que cresceu bem perto desta terra esteve alguns anos sem por aqui dar concertos, então, quando esta oportunidade surgiu, não hesitámos em contactá-lo. Queríamos um rapto consentido. Queríamos e tentámos, mas Úria não é homem muito dado ao telemóvel. Só descobrimos depois. Pois, eu às vezes chego a ter 100 chamadas não atendidas, a minha mulher também não gosta nada (que não atenda). - disse-nos quando conseguimos conversar um pouco com ele, depois desse concerto.
Embora o encontro de Maio não tenha resultado em vídeos, não saímos de mãos a abanar. O músico gostou muito da ideia de gravar algo para o Musiquim e ficou a promessa de que da próxima vez que regressasse a esta terra faríamos isso. E assim foi.
Bem mais cedo do que esperávamos, Samuel Úria regressava à mesma casa para outro pequeno concerto, era Novembro. Desta vez não optámos pelo contacto através do telemóvel, mas sim através da sua agência, a Vachier & Associados, que muito prestável tem sido connosco. Sem qualquer percalço deixámos que chegasse o dia. O raio do dia é que coincidiu com o primeiro jogo do play-off Portugal-Suécia e se a boa notícia é que terminou com uma vitória da equipa das quinas, a má é que o concerto não se escapou a um atraso de uma hora.
Quando finalmente chegou o cantautor, houve sorrisos. Com muitos amigos na plateia, a música não tardou a inundar o espaço e tão rapidamente quanto começou, terminou. Ou assim pareceu, a boa disposição do músico e a conversa com o público fizeram tudo parecer um pequeno e delicioso instante.
Estava na hora do Musiquim. Dispensado qualquer conforto ao estômago após o concerto, arrumaram-se os instrumentos e carregados, lá fomos os três. Sim, além do músico e do Musiquim fazia-nos companhia a Catarina, a road-manager que naquele dia acompanhava o Samuel. De instrumentos na mão seguimos em direcção ao cais de descarga, onde estava o carro. Entrámos no elevador. Carregamos no botão: "-3", três andares abaixo do zero, onde estávamos. Lá fomos. Primeiro para o 2. Depois para o 3. Depois novamente para o 0 e só depois, quando já suspeitávamos da sanidade do elevador, chegámos ao nosso destino, o -3. Carregou-se o carro e não se foi muito mais longe.
Mesmo à boca do cais de descarga encontrámos um pequeno recanto, resguardado do vento e que aquela hora nos pareceu romântico. O centro comercial tinha acabado de fechar e sabíamos que seria muito difícil escapar ao frio. Então porque não ali?
Para Samuel tudo parecia estar bem. A boa disposição era contagiante e em dois minutos estávamos prontos a gravar. Começamos com "Para Ninguém" e seguiu-se "Algo".

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ou no Youtube: Para Ninguém | Algo